Mudanças entre as edições de "António Martinho do Rosário (pseud.) Bernardo Santareno"

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|biog=Licenciado pela Universidade de Coimbra. Escritor e dramaturgo. Usou, nas letras, o pseudónimo de Bernardo Santareno, evocando a sua terra natal. Licenciou-se em Medicina, pela Universidade de Coimbra, em 1950. Dramaturgo e poeta de inspiração neo-realista em cuja obra se espelha a tensão trágica que soube recolher da leitura de Lorca, viu censuradas algumas das suas melhores peças teatrais recebendo, em 1961, o Prémio de Crítica para o melhor original de dramaturgia portuguesa. Teve também larga intervenção política antes e depois de 25 de Abril de 1974, chegando a ser eleito membro de Assembleia Municipal de Lisboa.Nome literário de António Martinho do Rosário. Médico de profissão. A sua carreira literária iniciou-se com três livros de versos (A Morte na Raiz, 1954; Romances do Mar, 1955; Os Olhos da Víbora, 1957), mas foi como dramaturgo - dos mais pujantes de toda a nossa literatura - que se impôs, embora nesses primeiros livros se enunciem já alguns dos temas e motivos dominantes da sua obra dramática. Esta reparte-se por dois ciclos, menos distanciados um do outro do que a evolução estética e ideológica do autor terá feito supôr, já que as peças compreendidas em qualquer deles respondem à mesma questão essencial: a reivindicação feroz do direito à diferença e do respeito pela liberdade e a dignidade do homem face a todas as formas de opressão, a luta contra todo o tipo de discriminação, política, racial, económica, sexual ou outra. Esta temática exprime-se, nas peças integrantes do primeiro ciclo (A Promessa, O Bailarino e A Excomungada, publicadas conjuntamente em 1957; O Lugre e O Crime de Aldeia Velha, 1959; António Marinheiro ou o Édipo de Alfama, 1960; Os Anjos e o Sangue, O Duelo e O Pecado de João Agonia, 1961; Anunciação, 1962), através de um naturalismo poético apoiado numa linguagem extremamente plástica e coloquial e estruturado sobre uma acção de ritmo ofegante que atinge, nas cenas finais, um clima de trágico paroxismo. A partir de 1966, com a "narrativa dramática" O Judeu, que retrata o calvário do dramaturgo setecentista António José da Silva, queimado pelo Santo Ofício, o autor plasma as suas criações no molde do teatro épico de matriz brechteana, adaptando-o ao seu estilo próprio, e assume uma posição de crescente intervencionismo que irá retardar até à queda do regime fascista a representação dessa e das suas peças seguintes: O Inferno, baseada na história dos "amantes diabólicos de Chester" (1967), A Traição do Padre Martinho (1969) e Português, Escritor, 45 Anos de Idade (1974), drama carregado de notações autobiográficas e que seria o primeiro original português a estrear-se depois de restaurada a ordem democrática no país. Em 1979, depois de uma curta incursão no teatro de revista, colaborando com César de Oliveira, Rogério Bracinha e Ary dos Santos na autoria do texto de P'ra Trás Mija a Burra (1975), publica quatro peças em um acto sob o título genérico Os Marginais e a Revolução (Restos, A Confissão, Monsanto e Vida Breve em Três Fotografias), em que combina elementos das duas fases da sua obra, inserindo a problemática sexual das primeiras peças no âmbito mais vasto de um convulsivo processo social que é a própria substância das segundas. Publicou em 1959 um volume de narrativas, Nos Mares do Fim do Mundo, fruto da sua experiência como médico da frota bacalhoeira, experiência que dramaticamente transpôs em O Lugre, e deixou inédito um dos seus mais vigorosos dramas, O Punho, cuja acção se localiza no quadro revolucionário da Reforma Agrária, em terras alentejanas. A sua obra dramática completa está publicada em quatro volumes. Parte do espólio de Bernardo Santareno encontra-se no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional.  Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998  
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|biog=Licenciado pela Universidade de Coimbra. Escritor e dramaturgo. Usou, nas letras, o pseudónimo de Bernardo Santareno, evocando a sua terra natal. Licenciou-se em Medicina, pela Universidade de Coimbra, em 1950. Dramaturgo e poeta de inspiração neo-realista em cuja obra se espelha a tensão trágica que soube recolher da leitura de Lorca, viu censuradas algumas das suas melhores peças teatrais recebendo, em 1961, o Prémio de Crítica para o melhor original de dramaturgia portuguesa. Teve também larga intervenção política antes e depois de 25 de Abril de 1974, chegando a ser eleito membro de Assembleia Municipal de Lisboa.Nome literário de António Martinho do Rosário. Médico de profissão. A sua carreira literária iniciou-se com três livros de versos (A Morte na Raiz, 1954; Romances do Mar, 1955; Os Olhos da Víbora, 1957), mas foi como dramaturgo - dos mais pujantes de toda a nossa literatura - que se impôs, embora nesses primeiros livros se enunciem já alguns dos temas e motivos dominantes da sua obra dramática. Esta reparte-se por dois ciclos, menos distanciados um do outro do que a evolução estética e ideológica do autor terá feito supôr, já que as peças compreendidas em qualquer deles respondem à mesma questão essencial: a reivindicação feroz do direito à diferença e do respeito pela liberdade e a dignidade do homem face a todas as formas de opressão, a luta contra todo o tipo de discriminação, política, racial, económica, sexual ou outra. Esta temática exprime-se, nas peças integrantes do primeiro ciclo (A Promessa, O Bailarino e A Excomungada, publicadas conjuntamente em 1957; O Lugre e O Crime de Aldeia Velha, 1959; António Marinheiro ou o Édipo de Alfama, 1960; Os Anjos e o Sangue, O Duelo e O Pecado de João Agonia, 1961; Anunciação, 1962), através de um naturalismo poético apoiado numa linguagem extremamente plástica e coloquial e estruturado sobre uma acção de ritmo ofegante que atinge, nas cenas finais, um clima de trágico paroxismo. A partir de 1966, com a "narrativa dramática" O Judeu, que retrata o calvário do dramaturgo setecentista António José da Silva, queimado pelo Santo Ofício, o autor plasma as suas criações no molde do teatro épico de matriz brechteana, adaptando-o ao seu estilo próprio, e assume uma posição de crescente intervencionismo que irá retardar até à queda do regime fascista a representação dessa e das suas peças seguintes: O Inferno, baseada na história dos "amantes diabólicos de Chester" (1967), A Traição do Padre Martinho (1969) e Português, Escritor, 45 Anos de Idade (1974), drama carregado de notações autobiográficas e que seria o primeiro original português a estrear-se depois de restaurada a ordem democrática no país. Em 1979, depois de uma curta incursão no teatro de revista, colaborando com César de Oliveira, Rogério Bracinha e Ary dos Santos na autoria do texto de P'ra Trás Mija a Burra (1975), publica quatro peças em um acto sob o título genérico Os Marginais e a Revolução (Restos, A Confissão, Monsanto e Vida Breve em Três Fotografias), em que combina elementos das duas fases da sua obra, inserindo a problemática sexual das primeiras peças no âmbito mais vasto de um convulsivo processo social que é a própria substância das segundas. Publicou em 1959 um volume de narrativas, Nos Mares do Fim do Mundo, fruto da sua experiência como médico da frota bacalhoeira, experiência que dramaticamente transpôs em O Lugre, e deixou inédito um dos seus mais vigorosos dramas, O Punho, cuja acção se localiza no quadro revolucionário da Reforma Agrária, em terras alentejanas. A sua obra dramática completa está publicada em quatro volumes. Parte do espólio de Bernardo Santareno encontra-se no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional.  Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998
 
|prodcult=A promessa. O pecado de João Agonia. Anunciação. O duelo. O crime da Aldeia Velha. António Marinheiro. Os anjos e o sangue. O inferno. O judeu. O lugre. Os marginais e a revolução. A confissão. Nos mares do fim do mundo. A morte na raiz (poesia). Os olhos da víbora (poesia). Português, escritor, 45 anos de idade. Romance do mar (poesia). A traição do Padre Martinho. A promessa. O bailarino. A excomungada. Traduziu: alta vigilância, de Jean Genet.
 
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|instcust=Descrição do acervo na Biblioteca Nacional de Portugal: a coleção contém 1 caixa com 57 documentos. Conserva apenas cartas enviadas a Maria Justina Bairrão Oleiro (1944-1951) e três impressos. Aquisição: Doada à Biblioteca Nacional pela Senhora Dona Mª Justina B. Oleiro, em Julho de 1988. Instrumento de pesquisa: inventário.
 
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Edição atual tal como às 21h50min de 23 de janeiro de 2020

Controle:: 39

Foto::

Legenda::

Nome:: António Martinho do Rosário

Outros Nomes:: Bernardo Santareno (pseud.)

Nome do Pai:: Joaquim Martinho do Rosário

Nome da Mãe:: Maria Ventura Lavareda

Data de Nascimento: 1924/11/18

Cidade de Nascimento:: Santarém

Estado de Nascimento::

País de Nascimento:: Portugal

Data do Óbito:: 1980/08/31

Cidade do Óbito:: Oeiras

Estado do Óbito::

País do Óbito:: Portugal

Última Formação Acadêmica / Especialização:: Psiquiatra

Última Instituição Acadêmica da Formação:: Biblioteca Nacional de Portugal - Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea

Data de Conclusão:: 1950

Biografia:: Licenciado pela Universidade de Coimbra. Escritor e dramaturgo. Usou, nas letras, o pseudónimo de Bernardo Santareno, evocando a sua terra natal. Licenciou-se em Medicina, pela Universidade de Coimbra, em 1950. Dramaturgo e poeta de inspiração neo-realista em cuja obra se espelha a tensão trágica que soube recolher da leitura de Lorca, viu censuradas algumas das suas melhores peças teatrais recebendo, em 1961, o Prémio de Crítica para o melhor original de dramaturgia portuguesa. Teve também larga intervenção política antes e depois de 25 de Abril de 1974, chegando a ser eleito membro de Assembleia Municipal de Lisboa.Nome literário de António Martinho do Rosário. Médico de profissão. A sua carreira literária iniciou-se com três livros de versos (A Morte na Raiz, 1954; Romances do Mar, 1955; Os Olhos da Víbora, 1957), mas foi como dramaturgo - dos mais pujantes de toda a nossa literatura - que se impôs, embora nesses primeiros livros se enunciem já alguns dos temas e motivos dominantes da sua obra dramática. Esta reparte-se por dois ciclos, menos distanciados um do outro do que a evolução estética e ideológica do autor terá feito supôr, já que as peças compreendidas em qualquer deles respondem à mesma questão essencial: a reivindicação feroz do direito à diferença e do respeito pela liberdade e a dignidade do homem face a todas as formas de opressão, a luta contra todo o tipo de discriminação, política, racial, económica, sexual ou outra. Esta temática exprime-se, nas peças integrantes do primeiro ciclo (A Promessa, O Bailarino e A Excomungada, publicadas conjuntamente em 1957; O Lugre e O Crime de Aldeia Velha, 1959; António Marinheiro ou o Édipo de Alfama, 1960; Os Anjos e o Sangue, O Duelo e O Pecado de João Agonia, 1961; Anunciação, 1962), através de um naturalismo poético apoiado numa linguagem extremamente plástica e coloquial e estruturado sobre uma acção de ritmo ofegante que atinge, nas cenas finais, um clima de trágico paroxismo. A partir de 1966, com a "narrativa dramática" O Judeu, que retrata o calvário do dramaturgo setecentista António José da Silva, queimado pelo Santo Ofício, o autor plasma as suas criações no molde do teatro épico de matriz brechteana, adaptando-o ao seu estilo próprio, e assume uma posição de crescente intervencionismo que irá retardar até à queda do regime fascista a representação dessa e das suas peças seguintes: O Inferno, baseada na história dos "amantes diabólicos de Chester" (1967), A Traição do Padre Martinho (1969) e Português, Escritor, 45 Anos de Idade (1974), drama carregado de notações autobiográficas e que seria o primeiro original português a estrear-se depois de restaurada a ordem democrática no país. Em 1979, depois de uma curta incursão no teatro de revista, colaborando com César de Oliveira, Rogério Bracinha e Ary dos Santos na autoria do texto de P'ra Trás Mija a Burra (1975), publica quatro peças em um acto sob o título genérico Os Marginais e a Revolução (Restos, A Confissão, Monsanto e Vida Breve em Três Fotografias), em que combina elementos das duas fases da sua obra, inserindo a problemática sexual das primeiras peças no âmbito mais vasto de um convulsivo processo social que é a própria substância das segundas. Publicou em 1959 um volume de narrativas, Nos Mares do Fim do Mundo, fruto da sua experiência como médico da frota bacalhoeira, experiência que dramaticamente transpôs em O Lugre, e deixou inédito um dos seus mais vigorosos dramas, O Punho, cuja acção se localiza no quadro revolucionário da Reforma Agrária, em terras alentejanas. A sua obra dramática completa está publicada em quatro volumes. Parte do espólio de Bernardo Santareno encontra-se no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional. Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998

Produções Culturais:: A promessa. O pecado de João Agonia. Anunciação. O duelo. O crime da Aldeia Velha. António Marinheiro. Os anjos e o sangue. O inferno. O judeu. O lugre. Os marginais e a revolução. A confissão. Nos mares do fim do mundo. A morte na raiz (poesia). Os olhos da víbora (poesia). Português, escritor, 45 anos de idade. Romance do mar (poesia). A traição do Padre Martinho. A promessa. O bailarino. A excomungada. Traduziu: alta vigilância, de Jean Genet.

Instituições de Custódia (Mantenedoras do Acervo):: Descrição do acervo na Biblioteca Nacional de Portugal: a coleção contém 1 caixa com 57 documentos. Conserva apenas cartas enviadas a Maria Justina Bairrão Oleiro (1944-1951) e três impressos. Aquisição: Doada à Biblioteca Nacional pela Senhora Dona Mª Justina B. Oleiro, em Julho de 1988. Instrumento de pesquisa: inventário.

Observações::

Fontes de Pesquisa::

Sumário: