… Diplomado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia Oliveiros Guanais foi médico anestesista, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). No tradicional centro educacional e cultural do sertão baiano, berço de grandes talentos. Dotado de inteligência privilegiada, a vasta cultura filosófica e humanística que Guanais cristalizou, no curso de sua vida, honra seus conterrâneos. Primeiro de sua classe desde o curso fundamental em sua terra natal ao curso secundário no colégio dos jesuítas em Salvador. Foi figura de destaque no movimento estudantil de sua época, ocupando a presidência da União dos Estudantes da Bahia e, posteriormente, da União Nacional dos Estudantes, no biênio 1960-1961. Segundo o pesquisador Alberto Saldanha, Guanais foi eleito presidente da UNE por um entendimento triplo entre seu grupo (esquerda independente), a Juventude Universitária Católica (que apresentava o nome de Herbert de Souza) e o Partido Comunista. Registra, ainda, o papel da UNE na época (1956-1960) na opinião do próprio Oliveiros Guanais: "A UNE ... era uma grande tribuna política do país". Como anestesiologista, destacou-se profissionalmente, o que rendeu-lhe a eleição por seus pares para integrar o Conselho Federal de Medicina. Integrou, ainda, o Conselho Editorial da Revista Bioética, do Conselho Federal de Medicina. Em reconhecimento a sua carreira profissional, presidiu o 22º Congresso Nacional de Anestesiologia. Casado com Simone Campos Guanais, é pai de Frederico, Juliana e Oliveiros. Na vida médica associativa, foi presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado Bahia (SAEB), na Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) exerceu quase todos os cargos: membro do Conselho Editorial da Revista Brasileira e da Comissão do Titulo Superior, dentre outros, e não chegou a sua presidência porque não quis. O gosto pelo debate e o seu espírito questionador marcaram época nas Assembléias de Representantes da Sociedade, em que o seu conceito de debatedor perspicaz e as suas citações latinas ainda hoje são lembrados. No Conselho Regional de Medicina da Bahia e no Conselho Federal de Medicina, seus pronunciamentos em plenário, seus pareceres bem fundamentados sempre foram acatados com respeito e atenção pelos seus pares. No Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia, exerceu a função de professor e contribuiu para formar várias gerações de médicos anestesiologistas. A sua ação se fez presente praticamente em todos os hospitais de Salvador, com destaque para o Hospital da Beneficência Portuguesa na Bahia, no qual trabalhou e viveu seus últimos momentos, cercado do carinho e respeito de todos, dos mais humildes aos mais destacados colegas de jornada. Durante a sua longa enfermidade, em nenhum momento perdeu a sua verve espirituosa, foi um estoico, celebrou a vida até os últimos dias de consciência. Conhecedor de sua finitude, Guanais conferiu aos seus mais próximos o sentido do viver e morrer em paz. Atualmente dedica-se a escrever a história do comportamento da juventude, com a tese de que sem os erros dos jovens não se alcançarão as vitórias que possibilitem a consolidação da sociedade igualitária do futuro.
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