Adolfo Correia da Rocha
Controle:: 6
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Legenda::
Nome:: Adolfo Correia da Rocha
Outros Nomes:: Miguel Torga
Nome do Pai:: Francisco Correia Rocha
Nome da Mãe:: Maria da Conceição Barros
Data de Nascimento: 12.08.1907
Cidade de Nascimento:: S. Martinho de Anta (distrito de Vila Real)
Estado de Nascimento::
País de Nascimento:: Portugal
Data do Óbito:: 17.01.1995
Cidade do Óbito:: Coimbra
Estado do Óbito::
País do Óbito:: Portugal
Última Formação Acadêmica / Especialização:: Otorrinolaringologista
Última Instituição Acadêmica da Formação:: Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Data de Conclusão:: 1932
Biografia:: Licenciado em Medicina, Em 1928 entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, e publica o seu primeiro livro de poemas, Ansiedade. Oriundo de uma família humilde de Sabrosa, era filho de Francisco Correia Rocha e Maria da Conceição Barros. Em 1917, aos dez anos, foi para uma casa apalaçada do Porto, habitada por parentes da família. Fardado de branco, servia de porteiro, moço de recados, regava o jardim, limpava o pó, polia os metais da escadaria nobre e atendia campaínhas. Foi despedido um ano depois, devido à constante insubmissão. Em 1918 foi mandado para o Seminário de Lamego, onde viveu um dos anos cruciais da sua vida. Estudou Português, Geografia e História, aprendeu latim e ganhou familiaridade com os textos sagrados. Pouco depois comunicou ao pai que não seria padre. Emigrou para o Brasil em 1920, ainda com doze anos, para trabalhar na fazenda do tio, proprietário de uma exploração de café. Ao fim de 4 anos, o tio apercebe-se da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina. Distingue-se como um aluno dotado. Em 1925, na convicção de que ele havia de vir a ser doutor em Coimbra, o tio propôs-se pagar-lhe os estudos, como recompensa dos cinco anos de serviço - o que levou ao seu regresso a Portugal. Em dois anos acaba os estudos liceais. Em 1929, com vinte e dois anos, deu início à colaboração na revista Presença, folha de arte e crítica, com o poema Altitudes. A revista, fundada em 1927 pelo grupo literário avançado de José Régio, Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca, era bandeira literária do grupo modernista e era também, bandeira libertária da revolução Modernista. Em 1930 rompe definitivamente com a revista Presença, por «razões de discordância estética e razões de liberdade humana». Em 1936, lançou outra revista, Manifesto também de duração breve. A sua saída da Presença reflete uma característica fundamental da sua personalidade literária, uma individualidade veemente e intransigente, que o manteve afastado, por toda a vida, de escolas literárias e mesmo do contato com os círculos culturais do meio português. A esta intensa consciência individual aliou-se, no entanto, uma profunda afirmação da sua pertença à natureza humana, com que se solidariza na oposição a todas as forças que oprimam a energia viva e a dignidade do homem, sejam elas as tiranias políticas ou o próprio Deus. Miguel Torga, tendo como homem a experiência dos sofrimentos da emigração e da vida rural, do contato com as misérias e com a morte, tornou-se o poeta do mundo rural, das forças telúricas, ancestrais, que animam o instinto humano na sua luta dramática contra as leis que o aprisionam. Nessa revolta consiste a missão do poeta, que se afirma tanto na violência com que acusa a tirania divina e terrestre, como na ternura franciscana que estende, de forma vibrante, a todas as criaturas no seu sofrimento. Mas essa revolta, por outro lado, não corresponde a uma a religiosidade ou recusa da transcendência. A sua obra, recheada de simbologia bíblica, encontra-se, antes, imersa num sentido divino que transfigura a natureza e dignifica o homem no seu desafio ou no seu desprezo face ao divino. A ligação a terra, à região natal, a Portugal, à própria Península Ibérica e às suas gentes, é outra constante dos textos do autor. Ela justifica o profundo conhecimento que Torga procurou ter de Portugal e de Espanha, unidos no conceito de uma Ibéria comum, pela rudeza e pobreza dos seus meios naturais, pelo movimento de expansão e opressões da história, e por certas características humanas definidoras da sua personalidade. A intervenção cívica de Miguel Torga, na oposição ao Estado Novo e na denúncia dos crimes da guerra civil espanhola e de Franco, valeu-lhe a apreensão de algumas das suas obras pela censura e, mesmo, a prisão pela polícia política portuguesa. Contista exímio, romancista, ensaísta, dramaturgo, autor de mais de 50 obras publicadas desde os 21 anos. Notável pela sua técnica narrativa no conto, pela expressividade da sua linguagem, freqüentemente de cunho popular, mas de uma força clássica, fruto de um trabalho intenso da palavra, conseguiu conferir aos seus textos um ritmo vigoroso e original, a que associa uma imagística extremamente sugestiva e viva. A obra de Torga tem um carácter humanista: criado nas serras trasmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza, Torga aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da Natureza: sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano. Ora, estes homens e as suas obras levam Torga a revoltar-se contra a Divindade Transcendente a favor da imanência: para ele, só a humanidade seria digna de louvores, de cânticos, de admiração: (hinos aos deuses, não/os homens é que merecem/que se lhes cante a virtude/bichos que cavam no chão/actuam como parecem/sem um disfarce que os mude). Para Miguel Torga, nenhum deus é digno de louvor: na sua condição omnisciente é-lhe muito fácil ser virtuoso, e enquanto ser sobrenatural não se lhe opõe qualquer dificuldade para fazer a Natureza - mas o homem, limitado, finito, condicionado, exposto à doença, à miséria, à desgraça e à morte é também capaz de criar, e é sobretudo capaz de se impor à Natureza, como os trabalhadores rurais trasmontanos impuseram a sua vontade de semear a terra aos penedos bravios das serras. E é essa capacidade de moldar o meio, de verdadeiramente fazer a Natureza mau grado todas as limitações de bicho, de ser humano mortal que, ao ver de Torga fazem do homem único ser digno de adoração. Considerado por muitos como um avarento de trato difícil e carácter duro, foge dos meios das elites pedantes, mas dá consultas médicas gratuitas a gente pobre e é referido pelo povo como um homem de bom coração e de boa conversa. Torga era conhecido popularmente nos meios intelectuais de Coimbra como o rei dos chatos. Crítica, consagrando a sua obra (1993). Em 2000, é publicado Poesia Completa.
Produções Culturais:: Prosa1928-Estreou-se em com o volume de poesia Ansiedade. 1931 - Pão Ázimo.1931 - Criação do Mundo.1934 - A Terceira Voz.1937 - Os Dois Primeiros Dias.1938 - O Terceiro Dia da Criação do Mundo.1939 - O Quarto Dia da Criação do Mundo.1940 - Bichos.1941 - Contos da Montanha."Diário I"1942 - Rua.1943 - O Senhor Ventura. "Diário II"1944 - Novos Contos da Montanha.1945 - Vindima.1946 - "Diário III".1949 - "Diário IV".1951 - Pedras Lavradas. "Diário V".1953 - "Diário VI".1956 - "Diário VII".1959 - "Diário VIII".1964 - "Diário IX".1968 - "Diário X".1973 - "Diário XI".1974 - O Quinto Dia da Criação do Mundo.1976 - Fogo Preso.1981 - O Sexto Dia da Criação do Mundo.982 - Fábula de Fábulas.Peças de teatro1941 - "Terra Firme" e "Mar".1947 - Sinfonia.1949 - O Paraíso.1950 - Portugal.1955 - Traço de União.TraduçõesLivros seus estão traduzidos para diversas línguas, algumas vezes publicados com um prefácio seu: espanhol, francês, inglês, alemão, chinês, japonês, croata, romeno, norueguês, sueco, holandês, búlgaro.Prémios1969 - Prémio do Diário de Notícias.1976 - Prémio Internacional de Poesia de Knokke-Heist.1980 - Prémio Morgado de Mateus, ex-aecquo com Carlos Drummond de Andrade.1981 - Prémio Montaigne da Fundação Alemã F.V.S..1989 - Prémio Camões.1991 - Prémio Personalidade do Ano.1992 - Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores.1993 - Prémio da Crítica, consagrando a sua obra.Poema:SúplicaAgora que o silêncio é um mar sem ondas, E que nele posso navegar sem rumo, Não respondas Às urgentes perguntas Que te fiz. Deixa-me ser feliz Assim, Já tão longe de ti como de mim. Perde-se a vida a desejá-la tanto. Só soubemos sofrer, enquanto O nosso amor Durou. Mas o tempo passou, Há calmaria... Não perturbes a paz que me foi dada. Ouvir de novo a tua voz seria Matar a sede com água salgada
Instituições de Custódia (Mantenedoras do Acervo):: Na Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto possui uma medalha gravada por Aureliano sem data e sem dizeres.
Observações:: http://www.astormentas.com/biografia.aspx?t=autor&id=Miguel+Torga Miguel Torsga http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Torga
Fontes de Pesquisa:: Levantamento nominal dos formados de 1812 a 2008 da Faculdade de Medicina da Bahia - UFBA.
Sumário: Adolfo Correia da Rocha