FRANCISCO ALVES DE LIMA FILHO

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Legenda::

Nome:: FRANCISCO ALVES DE LIMA FILHO

Outros Nomes::

Nome do Pai::

Nome da Mãe::

Data de Nascimento: 18 .07. 1855

Cidade de Nascimento:: Catolé do Rocha

Estado de Nascimento::

País de Nascimento:: Brasil

Data do Óbito:: 09 de fevereiro de 1934

Cidade do Óbito:: Olinda

Estado do Óbito::

País do Óbito:: Brasil

Última Formação Acadêmica / Especialização::

Última Instituição Acadêmica da Formação:: Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia.

Data de Conclusão:: 13 de dezembro 1884

Biografia:: Diplomado pela Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia. Acreditamos que, sendo filho de família pobre, tenha utilizado sua inteligência e denodo como armas para conseguir o seu intento de ser médico. Colou grau em 13 de dezembro de 1884, aos 25 anos naquela faculdade. E, como era de praxe naquela época, o doutorando Francisco Alves de Lima Filho teve sua tese de doutor aprovada, cujo tema versava sobre “A observação clínica é ou não favorável à idéia da contagiosidade da tuberculose?”. Ao se fixar na capital do estado da Paraíba, o Dr. Lima Filho, deu vazão a sua inteligência excepcional, beirando a genialidade, e como tal acompanhada de excentricidades. Como médico, foi um clínico de grande projeção em todo o Estado. Humberto Nóbrega em seu livro “As raízes das ciências da saúde na Paraíba“, narra fatos de sua vida de médico excêntrico e competente. É difícil compreender esses arroubos do Dr. Lima Filho, comparando-se a medicina daquela época, com a de hoje, com seus modernos e inimagináveis avanços. Como médico, o Dr. Lima Filho procurava fazer aquilo que ele, pessoalmente, julgava certo, fugindo dos modismos e ditames de então. No cabeçalho de seu receituário constava unicamente, seu nome: Dr. Lima Filho, encimando a palavra Médico, o que contrariava o costume de então, e que ainda hoje encontramos, qual seja: o de colocar a faculdade de formatura, a especialidade, outros cursos , os serviços freqüentados, etc, etc. Outra excentricidade do Dr. Lima Filho, era quanto a seus honorários profissionais. Ao ser procurado por prováveis clientes em seu consultório, preparava em seu talonário, onde se liam as palavras “Clínica Médico-Cirúrgica do Dr. Lima Filho”, o recibo prévio de quanto custaria o seu trabalho. Ao finalizar o tratamento, e ao receber seus honorários, solicitava ao paciente, ou ao responsável pelo mesmo, que assinasse o recibo em duplicata, devolvendo-lhe uma das vias. E note-se que naquela época não existiam as exigências dos órgãos fiscais atuais. Foi médico da Santa Casa de Misericórdia, como era comum entre os renomados médicos de então. Foi professor de francês do Liceu Paraibano, língua em que, naquele tempo, os médicos estudavam a maioria das matérias do curso médico. Apesar de seu interesse político, a proclamação da república encontrou o Dr. Lima Filho num estado de serenidade e expectativa. Confirmada a queda de D. Pedro II, foi cogitado para fazer parte do governo provisório, junto com os médicos, Eugênio Toscano, Cordeiro Sênior, Manoel Carlos de Gouveia e o Cel. Honorato Caldas, figuras de relevo político-social. Na política, ontem como hoje, as traições são fatos corriqueiros, tanto que Júlio César já dizia que “amava as traições, mas odiava os traidores”. E o Cel. Honorato Caldas, “figura sequiosa de renome e glória”, como escreveu Eugênio Toscano na Gazeta do Comercio de 1897, tomou para si o ônus de, sozinho, substituir o monarca deposto, o que criou um clima de crítica e insatisfação. Estes últimos fatos, fizeram com que o Coronel voltasse a convidar o Dr. Lima Filho para formalizar seu governo, tendo o citado médico lhe escrito uma carta em que, refletindo sua decepção, declinou do convite, decepcionado com as traições e os “conluios” políticos. Já se disse que a política é o governo da opinião, e o Dr Lima Filho nela continuou envolvido. Elegeu-se deputado da 1ª Assembléia Constituinte e Legislativa do Estado, dissolvida em 13 de Janeiro de 1892 pelo decreto da 2ª Junta Governativa que sucedeu ao presidente Venâncio Neiva. Foi derrotado no pleito de 26 de maio de 1896, disputando o Governo do Estado com Gama e Melo. Com a nomeação de Epitácio Pessoa para o Ministério da Justiça pelo Presidente Campos Sales, foi o Dr. Lima Filho escolhido para representante junto à Câmara Federal em 1910. Nesta época, acompanhado de Gonçalo de Aguiar Boto de Menezes e Francisco de Assis Vidal, fundou o Partido Democrata. Foi ainda como escritor e jornalista de grande fecundidade que o Dr. Lima Filho mostrou, além de suas qualidades médicas, sua habilidade de político e revolucionário. Fundou, junto com os seus companheiros de partido, o jornal “Estado da Paraíba“, onde, além de redator e diretor, nele manteve uma coluna intitulada, “A bala“ em que, com espírito oposicionista, atacava os desmandos e abusos de seus adversários. Era um bravo quase quixotesco, não se acomodando com os acordos de alcova, nem os arranjos de interesses pessoais. Além dessa coluna, escrevia boletins em defesa da candidatura de Cel. Rego Barros. Esses boletins, que se intitulavam, “Os Carbonários“, eram escritos numa linguagem tão inflamada, que julgamos interessante transcrever o texto final de um deles, em que o Dr. Lima Filho se referia a seus opositores: “Rebuscai esses tigres dos seus covis, fazei-os sair à enxofre e, na praça pública, à luz meridiana, dizei ao povo que lhes faça a justiça do linchamento.............morte aos oligarcas – morte à oligarquia”. Oscar de Castro, em publicação de “A União Editora” de 1945, assim escreveu sobre outras atividades de Lima Filho: “Esse médico, jornalista e político exaltado, possuía ainda um esdrúxulo “hobby”, como ele dizia, comparando com suas outras atividades: a Mecânica”. Inventou uma bomba de ar automática, marítima e para poços. Os estudos deste invento o levou até aos Estados Unidos, onde teve sua eficiência confirmada, tendo, inclusive, sido instalada em um dos bairros da cidade, com sucesso, tendo merecido do Ministério de Viação e Obras Públicas garantia de patente industrial. Mas a capacidade de trabalho e inventividade do Dr. Lima Filho foram muito além das já citadas. Ele escreveu a letra de um hino da Paraíba, com música de José Rodrigues Correia Lima. Esse hino, que se tornou popular na época, lembra o hino nacional brasileiro, com palavras de ufanismo, cujo estribilho assim dizia: “Cidadãos, eia! marchar, Santo é o nosso dever: Quem conquista a liberdade Livre só pode morrer.” No convívio pessoal, o Dr. Lima Filho, dada a sua cultura e conhecimento da alma humana, dizem ter sido um homem encantador, indo seus sentimentos à manifestações de ternura entre seus amigos mais íntimos e familiares. Pelo falecimento de sua primeira esposa, contraiu segundas núpcias com dona Maria Fiúza Lima, a bondosa e virtuosa dona Nana, de tradicional e abastarda família de Recife. Desses dois matrimônios não deixou filhos, porém trouxe de Alagoa Nova vários sobrinhos a quem proporcionou educação esmerada, todos conhecidos nos meios profissionais e sociais de João Pessoa, Campina Grande e Recife. O Dr. Lima Filho, foi um homem que sempre sonhou com a revolução. Alcançou-a vitoriosa em 1930, já combalido pelos anos vividos e pela doença incipiente. Faleceu na cidade de Olinda, em 09 de fevereiro de 1934, aos 79 anos. Como nos referimos no início, o Dr. Lima Filho não nos deixou nenhuma fotografia em que pudéssemos confrontar sua fisionomia com a sua personalidade vibrante e genial. Hoje, dele só nos restam três marcos de sua existência em nossa cidade: o imponente mausoléu na alameda principal da entrada do Cemitério da Boa Sentença, a Rua Lima Filho, uma das principais do bairro de Cruz das Armas, e a Cadeira de nº 12 da Academia de Medicina, da qual é Patrono, e que hoje temos a honra de ocupar.

Produções Culturais::

Instituições de Custódia (Mantenedoras do Acervo):: Documentos referentes à vida acadêmica no período do curso de Medicina.

Observações:: Link que solicita consulta e sugestões acerca das informações do levantamento publicado pela Faculdade de Medicina da Bahia, UFBA:http://www.fameb.ufba.br/index.php?option=com_content&view=article&id=136:lista-de-formados-consultas-e-sugestoes&catid=58:noticiascompletas&Itemid=157Acesso em 03 de março de 2009

Fontes de Pesquisa:: Levantamento nominal dos formados de 1812 a 2008 da Faculdade de Medicina da Bahia - UFBA. http://www.fameb.ufba.br/dmdocuments/formadosfmb1812a2007.pdfAcesso em 03 de março de 2009

Sumário: FRANCISCO ALVES DE LIMA FILHO