Maria Thereza de Medeiros Pacheco

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Controle:: 805

Foto::

Legenda::

Nome:: Maria Thereza de Medeiros Pacheco

Outros Nomes::

Nome do Pai:: Coronel Pacheco

Nome da Mãe:: Morena Pacheco

Data de Nascimento: 02.09.1928

Cidade de Nascimento:: Atalaia

Estado de Nascimento::

País de Nascimento:: Brasil

Data do Óbito:: 12.05.2010

Cidade do Óbito:: Salvador

Estado do Óbito::

País do Óbito:: Brasil

Última Formação Acadêmica / Especialização:: Ginecologia e obstetrícia

Última Instituição Acadêmica da Formação:: Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia

Data de Conclusão:: 99.99.99
A data “99.99.99” não foi compreendida.

Biografia:: Diplomada pela Faculdade de Medicina da Bahia tornou-se médica e ginecologista obstetra, foi professora de Medicina Legal da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e presidente da Academia de Medicina da Bahia. Doutora em Medicina Legal pela Universite de Paris I (Pantheon-Sorbonne), Membro-Fundador da Sociedade Brasileira de Bioética e da Comissão Nacional de Bioética, dirigiu o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues e foi presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Legal. Foi Professora Emérita da Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA), ensinou também na Escola Bahiana de Medicina e em diversas faculdades de direito de Salvador, onde disseminou seu conhecimento na área de medicina legal. No Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), o seu trabalho foi duradouro. Foram vinte anos como conselheiros: trabalhou na gestão de 1973-1978 e, novamente, nas gestões consecutivas 1993-1998, 1998-2003 e 2003-2008. Em 2003, foi homenageada pelo Cremeb com o Diploma de Mérito Ético-Profissional por completar 50 anos de exercício ininterrupto da medicina sem nenhuma infração ética. No pós-guerra imediato a segunda grande conflagração global, passadas as angústias dos torpedeamentos, a bordo do navio "Itaimbé", desatracado do porto de Maceió, chegou a Salvador uma moça loira e esbelta, bonita e inteligente, plena da determinação para ser médica pela histórica Faculdade de Medicina do Terreiro de Jesus. Trazia apresentação e recomendação escrita por um parente do seu conterrâneo alagoano e catedrático daquela escola superior, Professor Estácio de Lima, que se tornaria o seu orientador. Submeteu-se ao exame vestibular, com as tradicionais provas escrita, oral e prática, pela exigente banca presidida pelo Professor Magalhães Neto, e ingressou no curso médico decidida a escolher como especialidade a ginecologia. Através do convívio vinculou-se profundamente à família do Professor José Olímpio, marcadamente o hoje falecido Doutor Cícero Adolfo, cultivando ligação fraternal com a colega Carminha Moreira; estreitou amizade com as colegas conterrânea Lair Ribeiro, as baianas Terezinha Parada e Angelina Pelozzi, entre muitas e mais aquelas tão suas queridas que já partiram deste mundo dos vivos, como a piauiense Abigail Feitosa e a sergipana Anita Franco, assim também os colegas e amigos Carlos Maltez, Anníbal Silvany, Luís Neves e Alexinaldo Portela, e tantas outras suas saudades. Rigorosamente católica e sem beatices, extremamente prestante como boa cristã e severa no cumprimento do dever, tanto tinha de séria como de bem humorada. Cultora da nordestinidade foi sempre queridíssima por todos os colegas e admirada por todos os amigos, no Brasil e no Exterior. Sua têmpera bem forjada consolidava um baluarte de solidariedade diante do infortúnio que por desventura viesse a pesar sobre qualquer das pessoas de suas relações sociais. Destacou-se pelos estudos teóricos e dedicação aos trabalhos práticos, especialmente depois de diplomada e trabalhando junto ás pacientes das maternidades "Nita Costa", "Tsylla Balbino" e "Climério de Oliveira" e aos clientes dos hospitais "Aristides Maltez", "Português" e "Espanhol". Mais tarde, fundaria a sua "Clínica de Senhoras", na qual manteve grande clientela particular e de convênios. Um dia, o Professor Estácio de Lima convidou-a para lecionar, em sua cadeira, a parte referente à ginecologia e à obstetrícia forenses. Então, aconteceu o começo de sua vida professoral, que a cada ano cresceu de intensidade e expandiu-se para todo o amplo âmbito da medicina judiciária, pela qual desenvolveu um verdadeiro fascínio. Logo se tornou médica legista de grande competência, conhecida nos congressos da categoria em nosso País e todas as nações lusófonas. Depois, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Legal, quando, durante a sua gestão, realizou um ótimo congresso em Salvador. Instada pelo seu orientador, fez cursos de pós-graduação em Lisboa, em Madrid e em Paris, preparou-se e prestou vitorioso concurso para livre docência. Tornou-se professora doutora e passou a oficialmente ensinar na Faculdade de Medicina da Bahia, na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, no Curso de Formação de Oficiais da Academia de Polícia Militar do Estado da Bahia e, depois, na Faculdade de Direito da Universidade Católica do Salvador. Com o Professor Estácio de Lima, visitou universidades e centros de polícia científica na Itália, França, Suíça, Holanda e Alemanha e esteve na África Ocidental. Na sucessão do mestre Estácio de Lima, disputou com outro candidato, também alagoano, catedrático de odontologia legal, e ganhou em concurso a titularidade da disciplina que sempre a encantou, na Escola Bahiana e na Universidade Federal da Bahia, tornando-se, no mundo, a primeira catedrática de medicina legal. Participou, como examinadora, de várias bancas em concursos públicos para titulação de mestres, doutores, docentes livres e titulares de disciplinas universitárias. Ficou conhecida por suas aulas instigantes, que conduziram muitos de seus alunos a escolher a especialidade médico-judiciário ou tomar os caminhos do direito penal. Muitas vezes foi homenageada por seus discípulos nos quadros de turmas de doutorandos, e em diversas ocasiões foi eleita paraninfa de médicos e de bacharéis em direito. Exerceu por largos anos os cargos de diretora do Instituto Médico-Legal "Nina Rodrigues" e diretora-geral do Departamento de Polícia Técnica da Secretaria da Segurança do Estado da Bahia - funções pela primeira vez exercida por uma mulher, absolutamente estimada e respeitada por todos os funcionários daquelas repartições, que se constituíram seus amigos. A Assembléia Legislativa, em reconhecimento, a fez cidadã baiana. A Câmara Municipal a fez cidadã soteropolitana e portadora da medalha "Maria Quitéria". Durante muitos anos prestou sua importantíssima colaboração como membro e presidente de Câmara do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia. Foi titular e presidente da Academia de Medicina da Bahia. Também na qualidade de membro titular, participou ativamente dos trabalhos do Instituto Bahiano de História da Medicina e Ciências Afins. E tornou-se sócia efetiva da mais antiga instituição cultural não oficial baiana, o centenário Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Designada através de portaria do reitor da Universidade Federal da Bahia presidiu ininterrupta e empenhadamente, pelo período de doze anos, a Comissão de Acompanhamento das Obras de Restauração do Complexo Arquitetônico da Faculdade de Medicina da Bahia no Terreiro de Jesus, em atividades preparatórias do bicentenário dessa primeira escola superior nacional. Aposentada compulsoriamente, por motivo de idade, das lides universitárias, foi eleita presidente de instituição de reconhecido mérito científico e grande ação social, criada por seu grande amigo, já falecido, a Fundação "José Silveira". Depois de um quarto de século da perda do mestre Estácio de Lima, por quem desenvolvera deslumbramento e dedicação inexcedíveis, ultrapassou a oitava década da vida bastante louçã, bonita, elegante e agradabilíssima. Assim recebeu da Congregação da Faculdade de Medicina da Bahia o título de Professora Emérita. Certamente ao desembarcar no porto de Salvador, há doze lustros, não pensava que aqui passaria toda a sua tão útil existência. No ano passado, operada havia cerca de dois meses, no dia de Santo André ela esteve assistindo a "missa do ângelus" na Basílica de Nosso Senhor do Bonfim. Depois, participou de solenes eventos acadêmicos na Universidade Católica. Nos últimos meses não mais foi vista em acontecimentos sociais, culturais, científicos ou religiosos

Produções Culturais::

Instituições de Custódia (Mantenedoras do Acervo):: Documentos referentes à vida acadêmica no período do curso de Medicina.

Observações:: Fontes: http://www.cremeb.org.br/data/site/uploads/arquivos/HistoiaFacMedicina.pdf http://www.cremeb.org.br/cremeb.php?m=site.item&item=458&idioma=br

Fontes de Pesquisa:: Levantamento nominal dos formados de 1812 a 2008 da Faculdade de Medicina da Bahia - UFBA. http://www.fameb.ufba.br/dmdocuments/formadosfmb1812a2007.pdfAcesso em 03 de março de 2009

Sumário: Maria Thereza de Medeiros Pacheco